Livro Flor de Linz – 3ª edição

Com muita alegria, apresento-lhes a capa da terceira edição do Flor de Linz. A foto é da fotógrafa checa Mary Orel.

Essa foto tem uma simbologia muito forte para mim, pois eu passava todos os dias por essa rua, Rathausgasse, para ir ao meu trabalho, na Ong Verein maiz, lá em Linz, na Áustria.

Esta é uma rua que liga a praça onde eu morei (Pfarrplatz) à praça principal de Linz (Hauptplatz), palco de acontecimentos Históricos mundiais, como a anexação da Áustria à ditadura hitleriana. Mas a Hauptplatz também foi para mim um espaço de descontração com as amigas, um sorvete à tardinha com minha filha e o ponto final de demonstrações públicas que tive a honra de participar, como marchas antifascistas, 1. de maio, ações político culturais do maiz etc.

 

O Flor de Linz foi meu primeiro livro publicado em 2016. Eu o escrevi em 2015.

Aquele foi um ano, emocionalmente, muito intenso, tanto pela chegada de milhares de requerentes de asilo ao continente europeu – especialmente à Áustria com destino à Alemanha – quanto por eu completar 10 anos de residência em Linz, na Áustria. Então, para refletir sobre, e comemorar esse tempo, escrevi Flor de Linz.

Com o apoio de amigas, realizei o desejo de apresentá-lo em todas as cidades onde morei: Linz, na Áustria, Hamburgo na Alemanha, Campina Grande e João Pessoa (com o apoio da Moenda Arte e Cultura), na Paraíba.

Fiz lançametos também em Berlim, na Alemanha, Viena e Graz na Áustria.

Na Áustria, a amiga Cláudia Lima fez as leituras brilhantemente. Eu me emocionava muito em vê-la apresentando o Flor com tanto carinho, e em ver minhas outras amigas escutando o que eu tinha escrito, de alguma forma, sobre nós e para nós.

 

Cada leitura foi uma experiência incrível e enriquecedora, pois durante as apresentações trocávamos experiências sobre migração, desde a saudade da terrinha às superações de todo dia. Fiquei muito emocionada com tudo que me aconteceu e me foi compartilhado a partir das leituras e encontros.

 

No mais, muito obrigada a todas as pessoas que apoiaram e acreditam no meu trabalho.

Que a temática da migração, da luta das pessoas refugiadas e da busca pelos sonhos no além-mar sejam tratadas com dignidade e legitimidade, como toda busca por melhoria de vida o é.

Saudações diaspóricas,

Danielli Cavalcanti

 

Sinopse do Flor de Linz:

O flor de Linz é ambientado no café fictício Flor de Linz, na cidade homônima, na Áustria.

Em cada capítulo há uma protagonista, uma mulher migrante chamada, carinhosamente, de alguma flor.

São histórias desnudas da experiência de se viver sob o manto ou entre a cerca da migração. Histórias recheadas de saudades, de sensação de pertencimento e exclusão, de resiliência, deconstruções e, sobretudo, de sonhos e de amores.

Ao Café Flor de Linz chegam, diariamente, malas abarrotadas de lembranças, carregadas de esperanças e cheinhas de desejo de que tudo dê certo.

Migrar: esse verbo é transitivo e de ligação.
Cover Flor de Linz 3

Trechinho do prefácio de Rúbia Salgado:

Flor de Linz, diferentemente do Café, é um livro que, rompendo a esfera do que poderia ser, transformou-se em realidade. Uma versão singular no contexto austríaco de literatura produzida por migrantes brasileiras/os. Uma posição diferenciada do corriqueiro: Seus recados poéticos cortam como faca afiada e desconcertam práticas e falas racistas. Mais do que uma declaração de carinho à cidade de Linz, Flor de Linz é uma declaração do direito das e dos migrantes a intrometer-se enquanto protagonistas no cotidiano das cidades do velho mundo por onde passamos tempos de nossas vidas neste viver globalizado. Uma declaração de direito à felicidade.

 

 

Trechinho da resenha de Nic Cardel:

O livro é vibrante em todas as notas musicais da partitura humana: um uníssono de poesia, em prosa, na narrativa das dores, dos amores, das esperanças, das chegadas e partidas de pessoas vindas de cá e de lá, nesse mundo assim quase redondo, mas tão descontínuo e longínquo.

Esse livro é sobre imigrar – chegar – entrar. É sobre emigrar – sair – partir. É sobre as vicissitudes humanas em torno das questões das fronteiras humanas. Sobre a necessidade de desfazermos limites em nossos arredores internos e externos: que a Terra seja um só país! Que não necessitemos mais de muros, muralhas, contenções. Que sejamos todos livres. Porque no fundo, no fundo tão profundo, somos todos imigrantes, somos todos emigrantes. De corpos, almas, roupas, sentimentos. De pensamentos, momentos, emoções. Migramos a cada segundo. Nunca somos de nós mesmos os mesmos. Porque somos todos plurais. Nenhum de nós, em absoluto, jamais será singular.

 

 

Trechinho da resenha de Flávio Carvalho:

A ideia é genial. Ela observou tudo, todos os frequentadores do seu café austríaco, em dez anos, pra caber nas 134 páginas do seu delicioso livro. Todo brasileiro no exterior, no fundo, sabe que sua história é especial, que merece ser escrita, que fala de superação de desafios, de enfrentar-se, de encontrar-se  – principalmente com si mesmo. “E o que flor, será” (Danielli Cavalcanti, a brasileira que fez o Danúbio, florido, chorar de sodade dela; e que deu uma banana pra política de imigração da Áustria).

 

Trechinho da resenha de Luzenir Caixeta:

Flor de Linz é a fala de uma migrante amante do jogo das palavras. Ela joga, inventa e brinca com as palavras. Arma ojogo com humor, com alma e muita emoção. E desarma quem lê. Mostra a migrante porreta, uma verdadeira “comigo ninguém pode”, que não se vitimiza. Que é capaz de rir de si mesma frente às experiências e estruturas desestruturantes. Capaz de dar a volta por cima apesar de, e/ou justamente por causa, não só de acasos, mas de estruturas excludentes e racistas. Ela faz malabarismos pra nao deixar a peteca cair nessa tarefa constante de se empoderar.

Flor de Linz é um verdadeiro processo terapêutico colocado ao nosso alcance em forma de livro. “Há muita prisão e libertação nos pensamentos. Por não caberem mais em mim, resolvi colocá-los no papel.” Um convite a revisitar nossa própria história e a ressignificar nossas experiências. Uma motivação a posicionarmos contra todo tipo de discriminação, de racismo, de homofobia e de sexismo.

Flor de Linz é uma prova de como a palavra escrita e a poesia podem ser um instrumento eficaz, não somente para levar ao encantamento da vida apesar de todos os pesares, mas também para redefinir e redimensionar politicamente os sonhos.

 

Quem quiser ler trechos dos dois primeiros capítulos, aqui estão:

Primeiro capítulo em português

Segundo capítulo em português

Primeiro capítulo em alemão

Segundo capítulo em alemão

 

Você pode o Flor de Linz nas versões anteriores e na bilíngue (português-alemao) na A Livraria, em Berlim ou na versão bilíngue também na livraria Alex Buchhandlung, em Linz, na Áustria.

Se preferir diretamente comigo (10€, exclusive o frete que varia por país), por gentileza, escreva para:

livroflordelinz @ gmail.com

cafeflordelinz @ gmail.com

Pelo Face do Café: http://www.facebook.com/cafeflordelinz

Obrigada pelo interesse.

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