Lançamento do Flor de Linz, versão bilíngue, em Viena

Cada lançamento tem um público com suas bagagens próprias, e isto faz de cada encontro uma experiência emocionalmente única.

O primeiro evento do Flor na versão bilíngue, português e alemão, ocorreu no dia 31 de março, no Planet 10, em Viena.

OPlanet 10 é um projeto para a redistribuição de privilégios (como a posse ou o acesso ao dinheiro, empregos, moradia, espaços…) e para a utilização dos espaços organizados coletivamente.” Por isto, fico muito orgulhosa de ter podido apresentar meu Flor neste espaço voltado às minorias político, social e econômicas.

A leitura em alemão foi maestria de Claudia Lima, uma amiga atriz e bailarina profissionalíssima, que está nesta empreitada desde o primeiro lançamento em 2016. Eu  fiz a leitura em português. Pacientemente, ela tinha me dado umas aulas, via skype, para essa leitura. Mas a aluna não foi tão aplicada assim, vai!

Yta Moreno nos presenteou, maravilhosamente, com sua voz e violão. E olha que ele estava um pouco gripado. Se não tivesse me dito depois, eu nem teria notado. Cantar “De volta pro meu aconchego” foi uma das partes mais emocionantes!

Dê uma olhadinha no trabalho dele aqui!

Eu tietando Claudia
Cláudia Lima, eu e Yta Moreno

O tradutor do livro para o alemão, Pascal Striedner, veio, especialmente de Graz, só para prestigiar o evento em Viena. E ainda trouxe companhia! Esta foi a primeira vez que nos vimos. Até então, só havíamos nos comunicado por e-mails. Mas dessa vez, pude agradecer pessoalmente por ele ter aceitado traduzir o Flor.

O público era composto por 15 pessoas. Eu sei o número, porque sei o nome de todas as pessoas que estavam lá. Em números, ele foi o menor de todos lançamentos. Mas não por isto com menos significados. Começando por duas amigas que conheci ainda em 2005, assim que cheguei a Linz e, mais tarde, foram companheiras de trabalho também. Elas, Cris e Marissa, me deixaram muito feliz pelo nosso reencontro. Marissa levou bolos e fez café, aí não foi só meu coração, senão minha barriga que também se alegrou.

Uma das leituras mais emocionantes é sempre “a última viagem de um menininho”, Claudia e eu não conseguimos nos conter novamente. Outras pessoas também se emocionaram e fiquei feliz em perceber isso. Mariana, gentilmente, nos deu lenços de papel para administrarmos melhor a produção de sentimento líquido.

Uma das filhas de Cris, Chi, deu um depoimento sobre a leitura que me encheu o coração de orgulho. Aquela menininha de 3 anos, que um dia deixou as digitais marcadas de chocolate na minha mesa, hoje é uma adolescente consciente, confiante e sensível às questões sociais. Que coisa linda!

Wien 2017

Essa foto tem novas, antigas e segunda geração de amizades

 

Depois da leitura, o público fez algumas perguntas, trocamos experiências neste contexto da migração e compartilhamos algumas estratégias de resiliência. Eu fiquei muito emocionada, honrada e agradecida por estar ali ouvindo, aprendendo com pessoas de contextos sociais tão diversificados. Elas poderiam estar onde quisessem, o dia estava tão bonito lá fora, mas escolheram estar ali para a leitura de um livro sobre vivência na diáspora, em um local carregado de simbologia da resistência. Que alegria e emoção!

Ao estarmos dispostas a escutar outras realidades, damo-nos a possibilidade de enxergar o mundo de forma mais empática e solidária. Há outras formas de se viver, há outras lutas que, talvez pelo contexto que estamos inseridas, não as percebemos, mas elas são tão legítimas quanto a nossa e talvez até mais urgentes.

Da mesma forma, quando ouvimos também realidades próximas a nossa e suas estratégias, fortalecemo-nos, pois sabemos que não estamos sozinhas. Escutar é um exercício que nos humaniza. E através dessas escutas, trocas e nossas possibilidades, vamos nos descobrindo, descontruindo, reconstruindo.

Viena 2017

Mariana, Cris, Jasmin, eu, Marissa, Alê e Yta

No viver na migração, nossas certezas outrora adquiridas são confrontadas quase diariamente e, muitas vezes, de forma bem dolorosa. O lado bom desse processo é que isto pode nos ajudar a fazer outras leituras do mundo e, consequentemente, de nós mesmas.

A noite ainda me reservou uma outra honrosa surpresa: eu tinha convidado o autor do blog soulbeta para a leitura do Flor. Para minha alegria, além de aceitar rapidinho o convite, ele ainda levou a esposa consigo! E como se já não bastasse as suas presenças e nossas conversas, eis que Gil Kelmer me escreve um texto lindo intitulado de Flores migratórias. Chorei, pensei logo na minha mãe!

Escrevi um pouco sobre o texto dele aqui!

Giovana, Gil, eu e Claudia

Giovana, Gil, eu (fazendo pose pra mostrar a unha feita!), Claudia e o braço de Yta

Um pedacinho do Flores migratórias:

“Histórias de migração podem esbanjar vida e tenacidade, como podem ser refúgio de ideais de vida esmigalhados pelas incertezas da luta pela sobrevivência. Há quem migre com destino certo e há quem migre para mudar o próprio destino. De todo modo, cada faceta da migração é carregada de emoção. E é sob várias dessas possibilidades que Danielli nos presenteia com seus textos.”

Leia o texto todinho aqui!

Muito obrigada a vocês que foram ao lançamento, a vocês que compartilham experiências por mensagens, comentários, que dão joinhas na página do Flor no Face , enfim, que de suas formas me apoiam.

Só flor de gratidão cresce no meu jardim! ❤

Danielli Cavalcanti

P.S.:

A foto da capa do Flor tirei, no outono de 2015, num dos meus lugares preferidos em Linz, o parque Bauernberg.

versuch-dani-vorne

Para adquirir o livro Flor de Linz, em português e alemão, contacte as seguintes livrarias:

A Livraria, em Berlim, na Alemanha.

Alex Buchhandlung, em Linz, na Áustria.

 

Respostas de 3 a “Lançamento do Flor de Linz, versão bilíngue, em Viena”

  1. Hat dies auf Jardim migrante rebloggt und kommentierte:

    Neste post, na página do meu livro Flor de Linz, escrevi sobre o lançamento da versão bilíngue, no último dia 31, em Viena. Só flor de gratidao cresce no meu jardim! ❤

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  2. […] lançametos também em Berlim, na Alemanha, Viena e Graz na […]

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  3. […] Lançamento do Flor de Linz, versão bilíngue, em Viena […]

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